terça-feira, 20 de setembro de 2011


São Paulo, 17 de Setembro de 2011
Enigma Olímpica
Boa parte dos corredores de aventura , principalmente os amadores, conhecem de longe a expressão “O que é que eu estou fazendo aqui?”. A pergunta fatídica geralmente aparece numa situação de estresse, grande dificuldade física ou de algum obstáculo difícil de transpor. Mas e quando a clássica perguntinha aparece antes mesmo da largada ou pior dias, semanas antes da largada?
No novo tempo verbal, “O que é que vou fazer lá?” foi mais ou menos a sensação que tive logo depois de aceitar o convite da equipe Enigma para mais uma aventura. Desta vez uma nova categoria do meu tão amado esporte, mas numa versão que sempre rezei para não existir. Não pela ausência de qualidade ou pelo formato, mas por um aspecto pessoal e de perfil físico, sempre preferi provas com distâncias maiores e que pudesse aproveitar o visual e respirar.
Respirar foi o que menos consegui fazer na Aventura Olímpica, lançada pelo Adventure Camp, na noite de sábado do dia 17. A proposta de fazer uma versão com curtos trechos de corrida, canoagem, montain bike e técnicas verticais parece bem atrativa para atrair novos participantes, incluindo talvez alguns triatletas que têm um lado mais rústico. Interessante também para familiares e amigos, que querem entender e acompanhar os seus já praticantes do esporte. Proposta válida e aparentemente aprovada pelas dezenas de participantes que enfrentaram o frio daquela noite na Raia Olímpica da USP.
Ambiente promissor para o esporte, porém cansativo para mim que sem preparo físico para explosões entrou nessa com três malucos, que adoram um coração na boca. Apesar do descompasso físico e, quem sabe mental, eu estava lá na largada gélida, noturna e já faminta, uma vez que eram mais de 21h e ainda não tínhamos jantado.

Depois da contagem regressiva, quartetos e solos largaram para a natação de cerca de 100m, em que o Léo foi escalado para a roubada. Entre os primeiros colocados, logo ele voltou do aquecimento molhado e se juntou a nós para os 2km de corrida – do tiro eu diria – até a canoagem no outro extremo da raia olímpica. Importante frisar que, o tempo todo, os três me ajudaram no reboque e na manutenção do ritmo. Com o coração no cérebro, já que da boca ele tinha passado há tempos, consegui entrar no barco, depois que o Gu escorregou barranco abaixo até conseguir entrar no barco. Remamos com muita dificuldade, enquanto o Ricardinho e o Léo pareciam passear na sincronia da remada.
Passamos por alguns PCs e logo – o que parecia uma eternidade – atingimos o ponto de saída da água para partimos de bicicletas. Foram duas voltas na raia, sendo a metade em asfalto e a outra na trilha demarcada, gramada, cheia de erosões e altas raízes. Com pneus finos, conseguíamos ganhar velocidade no asfalto, porém reduzíamos e muito na terra com a perda de tração e um pouco pela queda espetacular e cabeçada num tronco do Ricardinho. Como sempre sorrindo, mesmo com os sustos e talvez alguma dor.














Deixamos as magrelas sob vários incentivos de amigos e familiares, coisa rara nas corridas de aventura, já que normalmente estamos no meio do mato ou em lugares de difícil acesso. Mais uma corrida, desta vez com o coração querendo sair pelos cabelos, com intervalo para uma ascensão numa rede de cordas e descida de rapel para o Ri e pra mim e uma pista de special test para o Gu e o Léo. Mais uma queda do Gu, que adora colecionar ralados e roxos, e logo estávamos os quatro reunidos de novo para corrermos/voarmos em buscar de mais alguns PCs.
Mais um tiro até a chegada e, já sem forças, a comemoração com as 10 flexões Selva.
Experiência nova e trabalho em equipe fantástico. Valeu Enigma por mais essa roubada divertida!

Lilian Araujo

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