São Paulo, 17 de Setembro de 2011
Enigma
Olímpica
Boa
parte dos corredores de aventura , principalmente os amadores, conhecem de
longe a expressão “O que é que eu estou fazendo aqui?”. A pergunta fatídica
geralmente aparece numa situação de estresse, grande dificuldade física ou de
algum obstáculo difícil de transpor. Mas e quando a clássica perguntinha
aparece antes mesmo da largada ou pior dias, semanas antes da largada?
No
novo tempo verbal, “O que é que vou fazer lá?” foi mais ou menos a sensação que
tive logo depois de aceitar o convite da equipe Enigma para mais uma aventura.
Desta vez uma nova categoria do meu tão amado esporte, mas numa versão que
sempre rezei para não existir. Não pela ausência de qualidade ou pelo formato,
mas por um aspecto pessoal e de perfil físico, sempre preferi provas com distâncias
maiores e que pudesse aproveitar o visual e respirar.
Respirar
foi o que menos consegui fazer na Aventura Olímpica, lançada pelo
Adventure Camp, na noite de sábado do dia 17. A proposta de fazer uma versão com
curtos trechos de corrida, canoagem, montain bike e técnicas verticais parece
bem atrativa para atrair novos participantes, incluindo talvez alguns triatletas que
têm um lado mais rústico. Interessante também para familiares e amigos, que
querem entender e acompanhar os seus já praticantes do esporte. Proposta válida
e aparentemente aprovada pelas dezenas de participantes que enfrentaram o frio
daquela noite na Raia Olímpica da USP.
Ambiente
promissor para o esporte, porém cansativo para mim que sem preparo físico para
explosões entrou nessa com três malucos, que adoram um coração na boca. Apesar
do descompasso físico e, quem sabe mental, eu estava lá na largada gélida,
noturna e já faminta, uma vez que eram mais de 21h e ainda não tínhamos
jantado.
Depois
da contagem regressiva, quartetos e solos largaram para a natação de cerca de
100m, em que o Léo foi escalado para a roubada. Entre os primeiros colocados,
logo ele voltou do aquecimento molhado e se juntou a nós para os 2km de corrida
– do tiro eu diria – até a canoagem no outro extremo da raia olímpica.
Importante frisar que, o tempo todo, os três me ajudaram no reboque e na
manutenção do ritmo. Com o coração no cérebro, já que da boca ele tinha passado
há tempos, consegui entrar no barco, depois que o Gu escorregou barranco abaixo
até conseguir entrar no barco. Remamos com muita dificuldade, enquanto o
Ricardinho e o Léo pareciam passear na sincronia da remada.
Passamos por alguns PCs e logo – o que parecia uma eternidade – atingimos o ponto de saída da água para partimos de bicicletas. Foram duas voltas na raia, sendo a metade em asfalto e a outra na trilha demarcada, gramada, cheia de erosões e altas raízes. Com pneus finos, conseguíamos ganhar velocidade no asfalto, porém reduzíamos e muito na terra com a perda de tração e um pouco pela queda espetacular e cabeçada num tronco do Ricardinho. Como sempre sorrindo, mesmo com os sustos e talvez alguma dor.
Deixamos
as magrelas sob vários incentivos de amigos e familiares, coisa rara nas
corridas de aventura, já que normalmente estamos no meio do mato ou em lugares
de difícil acesso. Mais uma corrida, desta vez com o coração querendo sair
pelos cabelos, com intervalo para uma ascensão numa rede de cordas e descida de
rapel para o Ri e pra mim e uma pista de special test para o Gu e o Léo. Mais
uma queda do Gu, que adora colecionar ralados e roxos, e logo estávamos os
quatro reunidos de novo para corrermos/voarmos em buscar de mais alguns PCs.
Mais
um tiro até a chegada e, já sem forças, a comemoração com as 10 flexões Selva.
Experiência nova e trabalho em equipe fantástico.
Valeu Enigma por mais essa roubada divertida!
Lilian Araujo
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